O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino, se reuniu, nesta terça-feira (27), em São Paulo, com o governador da província argentina de Mendoza, Rodolfo Suarez, que está no Brasil para participar de eventos com empresários brasileiros. No encontro, Corsino e Suarez deram continuidade à reunião realizada em agosto, na Argentina, quando a equipe da Anapa foi recebida na Casa do Governo de Mendoza, pela Diretora de Agricultura da Província, Valentina Navarro Canafoglia, e representantes da Associação dos Produtores e Exportadores de Alho de Mendoza (ASOCAMEN).

Assim como na primeira, nesta última reunião também foram tratados os temas que mais preocupam os produtores brasileiros e argentinos, como a concorrência desleal com o alho chinês e o combate a produtos de baixo padrão que entram no Brasil, afetando principalmente os agricultores do sul. “Pedi o apoio do governador de Mendoza para que as ferramentas de controle de qualidade do alho exportado da Argentina para o nosso país sejam mais eficazes e integradas. Quando visitamos a Argentina, em agosto, identificamos alguns pontos nesse processo que podem ser aprimorados”, explicou Corsino. “A reunião foi muito boa e tenho certeza que vamos encontrar o melhor caminho para fortalecer ainda mais nossa relação comercial”, concluiu.

Atualmente, o controle de cargas é feito na fronteira e utiliza como base o certificado fitossanitário. A sugestão apresentada pelo presidente da Anapa é que essa inspeção ocorra na origem, ou seja, no galpão de classificação, o que pode garantir de fato a qualidade do produto que chega ao Brasil. Além disso, a carga passa por um duplo controle, um de natureza provincial e outro nacional, que poderiam ser integrados para tornar o processo mais eficiente, beneficiando os produtores de ambos os países. Outro assunto tratado foi a atuação de empresas irregulares em diversos países, que atrapalham o mercado do alho.

Parceiro comercial
Apesar da produção brasileira estar crescendo a cada safra, ainda não consegue atender toda a demanda nacional. Atualmente, 67% do mercado consumidor brasileiro é abastecido por alho brasileiro e o restante com produto importando. A Argentina é um dos principais exportadores de alho para o mercado brasileiro e foi responsável por 75% do alho importado pelo Brasil entre janeiro e agosto deste ano. Nesse período, foram importadas, em média, 8 milhões de caixas de 10kg do país vizinho.

As regras para comercialização desse produto entre os países do Mercosul estão definidas no “Regulamento Técnico MERCOSUL de Identidade e Qualidade do Alho”, incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro pela Portaria nº 435/05/2022, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Além da Argentina, também enviam alho para o Brasil a China, Espanha e Chile.