O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve fechar 2013 com alta de 3,56%, totalizando R$ 1 trilhão e recuperando-se da queda do ano passado, quando o setor teve retração de 1,57%. Este desempenho será puxado principalmente pelo segmento primário, que deve ter expansão de 6,5%, e pela recuperação das agroindústrias. O setor também deve ampliar sua participação no PIB brasileiro, de 22,51% em 2012, para 22,8% este ano.
As projeções foram apresentadas nesta quarta-feira (11/12), pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, em entrevista coletiva sobre as perspectivas para 2014 e o balanço da agropecuária em 2013. “Foi um ano bastante positivo em termos de produção. Os preços permitiram bons ganhos, principalmente da porteira pra dentro”, avaliou.
Um dos destaques do ano foi a pecuária, com crescimento expressivo de produção e valorização dos preços. “Não houve apenas aumento do consumo. As exportações cresceram e tivemos também aumento expressivo dos preços da carne bovina e de aves. Mesmo a agricultura, que teve queda de 12% nos preços, manteve seus ganhos e competitividade”, destacou a senadora. Segundo as estimativas da CNA, o agronegócio crescerá mais do que o conjunto da economia nacional, que deverá ter expansão de 2,25%.
Com a alta da produção e dos preços, o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deve fechar 2013 em R$ 424,5 bilhões, cifra 8% mais alta do que a registrada em 2012. Entre os fatores que impulsionarão este crescimento estão o aumento de receita na avicultura, que deverá ser de 24%., e a safra recorde de grãos e fibras registrada este ano. Foram colhidas 187 milhões de toneladas, com destaque para soja e milho.
Para 2014, a estimativa também é de um cenário positivo, embora em ritmo mais cauteloso, na avaliação da presidente da CNA. “Será difícil superar o ano de 2013. Teremos queda de preço, mas a rentabilidade deve se manter”, afirmou. A previsão da entidade é de que o PIB alcance patamar ligeiramente superior ao deste ano.
Já o VBP deverá crescer em ritmo menor em 2014, totalizando R$ 438,2 bilhões. Terá, portanto, alta de 3,2% em relação a este ano, influenciado pela queda das principais commodities agrícolas, diante do aumento da oferta mundial de grãos, que resultará na ampliação dos estoques mundiais. Desta forma, a previsão é de redução dos preços, mas ainda em bons patamares.
Balança comercial – O bom desempenho do agronegócio também se refletirá nas exportações do setor, que devem superar os US$ 100 bilhões em 2013, expansão de 5,1% em relação a 2012. A soja será o carro-chefe das vendas externas e devem fechar o ano em US$ 31,5 bilhões, consolidando o Brasil na posição de maior exportador mundial da oleaginosa. O superávit comercial deve totalizar US$ 83 bilhões, 5,3% a mais do que no ano passado, ritmo que deve se manter em 2014.
Segundo a senadora, a China ultrapassou a União Europeia e se tornou o principal destino das vendas externas brasileiras do agronegócio em 2013, com participação de 25% no total da pauta de exportações. Ela afirmou que, para 2014, um dos desafios é ampliar a pauta de exportações para o país asiático, com prioridade para a entrada de maior volume de carne bovina e café.