Segundo o IBGE, PIB da agropecuária caiu 3,5% no terceiro trimestre após subir 3,9% nos três meses anteriores. Queda foi motivada pelo fim da safra de soja e por perdas na laranja, café e mandioca. Até setembro, agropecuária acumulava crescimento de 8,1%
Apesar da queda de 3,5% no terceiro trimestre e de ter, com isso, colaborado pelo encolhimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no período, a agropecuária deve fechar o ano com crescimento, estima a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para a entidade, a safra recorde de grãos e o desempenho da cana-de-açúcar devem fazer o setor encerrar o ano com crescimento de 6,5%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da agropecuária caiu 3,5% no terceiro trimestre depois de subir 3,9% nos três meses anteriores. A queda foi motivada pelo fim da safra de soja e por perdas em culturas que sustentam a safra de julho a setembro, como laranja (-14,2%), café (-6,5%) e mandioca (-11,5%).
Na laranja, a produção recuou em relação a 2012, me função de fatores climáticos e do baixo investimento do setor, causado por queda na demanda pelo suco e pelo aumento dos custos em função de pragas e doenças, como o greening. No café, o clima também é explicação para a queda de produção, além do fato de se tratar de uma cultura bianual e este ser o período de baixa. No caso da mandioca, a seca no Nordeste – novamente o clima – e a redução da área plantada são explicações para uma produção menor em 2013.
Contribuição do setor
Esse resultado no terceiro trimestre não deve anular a contribuição do setor para a economia neste ano e já era esperado. Pois, até setembro, a agropecuária acumulava crescimento de 8,1%, motivado pela safra recorde de grãos, especialmente soja e milho. Segundo a CNA, o setor continuará a ter desempenho negativo no quarto trimestre por causa da entressafra na maioria das culturas, fazendo a expansão do setor desacelerar para 6,5% até o fim do ano.
O crescimento do setor em 2013, explica a confederação, será unicamente sustentado pelo primeiro trimestre, por causa da safra recorde de cereais, fibras e oleaginosas – 186,8 milhões de toneladas – e pelo crescimento de 6,2% na produção de cana-de-açúcar – de 670,7 milhões de toneladas em 2012 para 712,3 milhões de toneladas este ano.
Segundo o IBGE, a indústria e os serviços cresceram apenas 0,1% de junho a setembro. Outro fator que fez a economia encolher no período foi o recuo de 2,2% nos investimentos, motivados principalmente pelo desempenho negativo de 0,3% na construção civil.