A Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA) manifesta profunda preocupação com a iniciativa de exportadores brasileiros de tentar derrubar as tarifas antidumping da China que incidem sobre as vendas de carne de frango. Tal ação pode gerar um efeito cascata e impactar outras cadeias do agronegócio brasileiro. A ANAPA repudia quaisquer que sejam os acordos internacionais que visam promover alguns setores da economia em detrimento de outros, usando-os como moeda de troca para transações comerciais.
Atualmente, incide sobre o alho chinês a tarifa antidumping de US$ 7,80. Uma possível retirada desta taxa antidumping, sobre o produto importado da China, traria prejuízos incalculáveis ao setor alheiro, como desemprego e até o desaparecimento da cultura no Brasil.
O cultivo de alho é gerador de renda e empregos, pois quase 100% das atividades são manuais. Hoje, a cultura emprega mais de 150 mil trabalhadores em todo o país e outros quatro mil agricultores familiares, localizados, sobretudo, na região Sul do Brasil, tem o alho como a principal fonte de renda.
Os produtores nacionais são responsáveis por abastecer 45% do mercado interno e têm condições e vocação para aumentar a produção de alho no país. Mas, para isso, é necessário anular as práticas ilegais e a competição desleal que existe entre o produto importado (made in China) e o nacional.
A ANAPA defende que para fortalecer a cadeia do frango, frente à concorrência americana, não se deve tirar a competitividade de outros setores do agronegócio, a exemplo do alho.
Vale ressaltar, ainda, o compromisso do atual governo com a unicidade do agro brasileiro. O agronegócio se faz em rede. Portanto, a preservação de cada cadeia é indispensável para o avanço de todo o setor. Dessa forma, a Associação Nacional dos Produtores de Alho espera que o atual governo honre o compromisso assumido durante a campanha.