O alto volume de chuva que atinge a Serra gaúcha pode atrasar o plantio do alho e prejudicar a produção. Na região, o alho é produzido principalmente nos municípios de Nova Pádua, Flores da Cunha, São Marcos, Ipê, Vacaria e Antonio Prado. A chuva também pode afetar a produção de hortaliças que, na Serra, se concentra nas partes mais baixas, próximas ao rio Caí.
O plantio do alho começa no final de maio e vai até o final de julho na região. A variedade mais precoce, que tem o plantio previsto no momento, é a de alho Chonan. Conforme o agrônomo Ênio Todeschini, da Emater/Serra, o excesso de umidade pode atrasar o plantio tanto por não ser a condição adequada para a planta quanto pela impossibilidade de confeccionar canteiros no solo encharcado, seja com máquinas ou a pé.
O próprio atraso no plantio pode reduzir a qualidade do alho colhido a partir de novembro. Conforme Ênio Todeschini, mesmo que o plantio ocorra com um mês de atraso agora, a colheita do alho não atrasará mais do que uma semana. Com isso, o alho fica menor do que o normal e perde valor. A cabeça menor tem um menor valor por quilo, além de ter um peso menor.
Outro motivo de preocupação, segundo Ênio, é o fato de que muitos agricultores decidiram investir no alho após a boa safra do ano passado, que foi a melhor em décadas. Conforme o agrônomo, a estimativa inicial era de aumento de área plantada em 15% na região. O andamento do plantio agora vai depender do comportamento das chuvas nos próximos dias. A previsão é de que o tempo permaneça instável pelo menos até a próxima semana.
Em relação às hortaliças, o excesso de umidade pode atacar as plantas, principalmente a alface, com doenças. O problema maior é para as hortaliças que não estão abrigadas em estufas, que também podem ser danificadas com a chuva mais forte.