A cultura alho no Brasil ficou mais cara em 2022. De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realizado nas quatro principais regiões produtoras do país, o custo de produção ultrapassou, pela primeira vez na série histórica iniciada em 2015, os R$ 200 mil por hectare. O maior valor foi identificado em São Gotardo, Minas Gerais, onde os produtores gastaram em média R$ 223.510,82 por hectare, um aumento expressivo em relação a 2021, quando o custo fechou em R$ 116.827,46. Em Cristalina (GO), o custo de produção também ficou elevado: R$ 199.822,90 por hectare. As cidades de São Gotardo e Cristalina são as principais produtoras de alho do cerrado brasileiro e possuem as fazendas mais tecnificadas nessa cultura.
Na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino, os números de 2022 estão mais condizentes com a realidade dos produtores de Minas e Goiás. “Em 2021, havia um erro na estimativa do custo de produção. O que a Conab fez agora foi atualizar os dados e apresentar uma informação mais próxima da realidade do cerrado. Já na região sul, a gente não concorda com os dados, apesar de serem oficiais. Nós acreditamos que o custo de produção nos estados do sul estejam entre R$ 100 mil e R$110 mil por hectare”, explicou Corsino.
Segundo a divulgação da Conab, o custo de produção no sul do Brasil, onde há uma predominância da agricultura familiar, foi R$ 84.222,15, em Flores da Cunha (RS) e R$ 105.141,83, em Frei Rogério. Em todo o país, os principais gastos dos produtores estão relacionados com sementes, contratação de mão de obra e fertilizantes. Para fazer o levantamento, a Conab também utilizou como base os custos com máquinas (tratores, colheitadeiras e conjuntos de irrigação), embalagens, despesas administrativas, entre outros.
Safra 2022
Os estados de MG, GO, RS e SC concentram 92% da produção nacional de alho. De acordo com a Anapa, com base nas suas associações estaduais, foram cultivados no Brasil, 18 mil hectares em 2022, um incremento na área de plantio de 2 mil hectares em comparação com 2021. Os maiores aumentos aconteceram no “Cerrado”, especialmente em Minas Gerais que plantou 9,5 mil hectares e Goiás com 3,5 mil hectares. Já no Sul, as áreas de cultivo, diminuíram 400 hectares.
Dados extraoficiais da Anapa, mostram que os produtores nacionais ofertaram para o mercado, em 2022, 23 milhões de caixas de dez quilos, passando assim a 65% do consumo de alho no país. Como as importações de alho foram perto de 12 milhões de caixas, o consumo nacional de alho, em 2022, foi de 35 milhões de caixas ou 2,90 milhões de caixas de dez quilos por mês.