“Em março, os primeiros alhos da província chinesa de Yunnan chegarão ao mercado nacional, que espera com impaciência a vinda do produto novo, já que os alhos antigos, que ficaram mantidos em câmaras frias, estão mais baratos. Nos outros anos, a colheita de alhos de Yunnan não teve tanta influência, já que a produção total desta província é muito menor do que a plantação de Shandong, por exemplo. Mas este ano, devido aos preços elevados da última temporada, os produtores de Yunnan investiram no cultivar e preveem uma produção 20% mais potente”, explica Haifeng Zhang, diretora de vendas da empresa Jining Tianshan Land & Trading. Por causa dos altos preços que ocorreram no ano passado, produtores e exportadores de Shandong tiveram dificuldades, mas agora estão se preparando para a nova temporada, que começa este mês, na província de Yunnan, seguido de Henan e Shandong, em maio.
“Henan e Shandong começarão a colher em abril, embora Henan se adiantará de duas a três semanas. Este ano haverá uma produção de 20% a mais que no ano passado, por isso os preços do produto terão redução. Quando a colheita chegar, ninguém vai querer comprar alho velho, de modo que o alho que temos agora, armazenado em câmara frias, terá de ser vendido a preço mais baixo ou simplesmente não vamos vender. Há aproximadamente as mesmas quantidades do ano passado, mas, naquela época, o mercado estava ciente que a colheita seria muito menor por causa da geada no inverno. Este ano, o mercado sabe que haverá mais produção”, acrescentou Zhang.
“No ano passado, os funcionários das câmaras frias aguardaram o aumento dos preços, mas este ano não podemos usar a mesma estratégia. Aqueles que têm pedido financiamento para abastecer os estoques de alho correm grande risco, porque podem não conseguir vender o produto da colheita passada. Durante as próximas semanas, é provável que os valores diminuam e o que acontecerá a seguir ainda é incerto”, prevê.
“Outro problema que enfrentamos é que os altos preços do alho assustaram os compradores internacionais, tanto os supermercados, quanto os grandes importadores, que têm procurado alternativas como a Espanha, Peru e Argentina. Uma vez que eles decidem mudar de fornecedor, é difícil trazê-los de volta e, agora, estamos perdendo a competitividade de preços, já que o mercado de alho chinês está reduzido. Agora precisamos que os exportadores de alho voltem a ganhar a confiança dos seus clientes tradicionais”, acrescenta.
* Haifeng Zhang y Han Tao, da Jining Tianshan, é especialista em alhos chineses.