O governo provincial está trabalhando com o setor produtivo de Mendoza e a entidade que representa os produtores de alho no Brasil, para prevenir a entrada indiscriminada de alho no país e para que sejam aplicadas, de forma eficaz, as medidas antidumping para o produto que vem do gigante asiático, garantindo, assim, que os preços se tornem mais competitivos no mercado.
“Estamos trabalhando para que o setor de alho, uma atividade fundamental para a economia de Mendoza, continue melhorando seus rendimentos e, sobretudo, a internacionalização que o produto possui. Junto às entidades, vamos definir uma agenda comum para que a exportação seja mais fluída e que estimule os investimentos e o crescimento”, disse o ministro da Economia, Martín Kerchner.
Durante uma recente audiência pública realizada em Brasília (Brasil), com os produtores de alho, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Jorge Corsino, pediu fim às dúvidas interpretativas sobre o escopo da medida antidumping. “Alguns importadores se aproveitam das brechas legais para vender o produto sem ter de pagar o imposto”, disse o presidente da ANAPA.
No ano passado, a Justiça brasileira concedeu liminares aos grandes importadores, que conseguiram entrar com cerca de 800.000 caixas de alho oriundos da China, sem pagar a taxa antidumping.
Guillermo San Martin, gerente-geral da Associação de Produtores, Embaladores e Exportadores de Alho, Cebola de Mendoza (Asocamen), explicou que esta ação é parar frear as liminares judicias que permitem a importação de alho da China sem pagar a taxa antidumping. “Se isso for alcançado, o efeito imediato vai tonificar os preços e alho tende a começar a temporada com valores de marcado mais competitivos”, analisou.
Essas ações são parte de um acordo assinado pela Anapa, Asocamen e o Ministério da Economia, através do ProMendoza, buscando a defesa comercial para o alho brasileiro, e, também, para o de Mendoza.
O setor de alho Mendoza representa 80% da produção da Argentina, que por sua vez é o segundo maior exportador para o Brasil – que consome alhos colorados -, seguido pela Europa, especificamente na França, que exige alhos brancos.
A hortaliça é produzida principalmente na região central do Vale do Uco e nas cidades do Cinturão verde, nas localidades de Guaymallén, Maipú e Lujan de Cuyo, com uma área cultivada de 10.000 hectares e uma colheita de 120.000 toneladas.
Dados do Ministério da Economia indicam que este setor “produz uma grande quantidade de emprego. Entre 1.600 e 2.000 agricultores tem o alho como atividade principal, além de gerar 11.000 postos de trabalho por ano”.