As importações de alho em sacos podem estar com os dias contados. O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), Rafael Jorge Corsino, solicitou mudanças na legislação que trata da importação de alho em embalagens de sacos de polipropileno. O pedido foi feito em reunião, nesta semana, com o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) do Ministério da Agricultura, Fábio Fernandes, e representantes da Vigiagro.
A proposta apresentada pela ANAPA, propõe que seja permitido importações em sacos apenas para alho tipo indústria e de classificação 2 e 3, as demais classificações do produto deverão ingressar no país somente em caixas de 10kg.
“O produto, quando importado em sacos, chega ao Brasil a um custo muito inferior, o que tira a competitividade do produtor de alho brasileiro. A sugestão da ANAPA é que somente alho indústria e de classificação 2 e 3 sejam importados em sacos, pois esses produtos tem menor valor agregado”, argumentou o presidente.
A solicitação da ANAPA tem o apoio da Associação dos Produtores e Exportadores de Alho de Mendoza (ASOCAMEN), da Argentina. Segundo eles, as exportações indiscriminadas em sacos também prejudicam os exportadores que comercializam o produto em caixas, dentro dos padrões exigidos pelo mercado de alho.
A iniciativa da ANAPA atende a uma reivindicação dos produtores de Santa Catarina, reforçada no último Encontro Nacional dos Produtores de Alho.
Corsino solicitou, também, mais rigor na fiscalização das importações de alho. De acordo com denúncias recebidas pela ANAPA, chegam ao Brasil cargas de alho com misturas de classes na mesma embalagem, em descumprimento com a Portaria 242.
Ainda segundo o presidente nacional, essas práticas estão prejudicando e derrubando os preços de alho do mercado brasileiro. “Na Nota Fiscal diz que é alho de determinada classe, mas o interior da carga não corresponde à classificação do alho constado na nota. Ou seja, na mesma embalagem tem produto de várias classificações juntas”, explicou.