Lideranças do setor rural querem que o governo estabeleça como prioridade o seguro rural na política agrícola do País, diante das adversidades climáticas observadas neste início de ano (seca em São Paulo e no Paraná e excesso de chuvas em Mato Grosso).
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, o modelo atual de política agrícola baseado no crédito rural está superado. “O novo paradigma deve ser o do seguro rural, com destaque para o seguro de receita, que permite a mitigação tanto do risco climático quanto do risco de preços”, disse Meirelles, durante encontro ontem com os presidentes das Federações de Agricultura do Paraná e de Mato Grosso, em São Paulo (SP).
Conforme Meirelles, o seguro rural, por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, padece da falta de estrutura técnica no Ministério da Agricultura e apoio financeiro. Ele salientou, por meio de comunicado, que o Fundo de Catástrofe, instituído em 2010, até hoje não foi regulamentado.
O presidente do Sistema Famato, Rui Carlos Ottoni Prado, disse que em Mato Grosso, maior Estado produtor de soja, as perdas já chegam a 500 mil toneladas, o que corresponde, em valores nominais, a R$ 500 milhões. Em relação ao milho da segunda safra, cujo plantio normalmente corresponde a 3,2 milhões de hectares, até agora só foram plantados 1,9 milhão de hectares. “Ou seja, não conseguimos colher a soja e nem plantar o milho”, lamentou.
As perdas de produção provocadas pela estiagem e altas temperaturas nas lavouras de soja do Paraná ultrapassam 2 milhões de toneladas, segundo o presidentes da Federação da Agricultura do Estado de Paraná, Ágide Meneguette. No caso do milho, o prejuízo alcança 100 mil toneladas. O prejuízo financeiro aos produtores está sendo avaliado em R$ 42,5 milhões.