Por Imprensa Anapa
A importância do evento para a cadeia produtiva da cebola no Brasil e nos países que integram o Mercado Comum dos Países do Cone Sul (Mercosul) foi a tônica dos pronunciamentos que abriram, no dia 13 de maio, a programação da edição 2014 do 26º Seminário Nacional de Cebola (Senace) e do 17º Seminário de Cebola do Mercosul. Em consonância com o tema “26 Anos Integrando a Cadeia Produtiva de Cebola do Brasil e do Mercosul”, as apresentações destacaram a oportunidade de debates sobre os principais problemas de produção/comercialização da hortaliça, assim como as perspectivas futuras.
Para o pesquisador e coordenador do Programa de Melhoramento de Cebola da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) Walter Rodrigues, que destacou o fato de o evento ocorrer, pela primeira vez, em Brasília, “a troca de experiências propiciada pelo seminário ajuda a promover o aperfeiçoamento técnico da cadeia produtiva de cebola”.
Na visão do chefe do Departamento de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Celso Moretti, que representou o presidente Maurício Lopes, o seminário constituiria o fórum adequado para discussões em torno de questões que estão em um futuro próximo, de cinco a dez anos, como a produção/produtividade ante as mudanças climáticas e a segurança biológica (doenças), problemas que poderão afetar a cebolicultura. “Quais seriam as perspectivas diante desse futuro?”
Palestras
O agrônomo Kleber Santos, da Secretaria de Desenvolvimento de Cooperativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) traçou em sua palestra um panorama geral do cooperativismo, anotando as diferenças entre os termos associação e cooperativa, segundo ele comumente confundidos em sua tradução, e ressaltando a importância do papel das cooperativas no modelo agroexportador do Brasil: “A maioria dos produtos exportados vem de cooperativas agropecuárias”, sublinhou o agrônomo, para quem o processo seria “um caminho sem volta”.
No caso do atual superintendente federal do Ministério do Desenvolvimento da Pesca Rafael Corsino, não existe o “não tem jeito”. Ao relatar sua experiência como presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), ele apontou como fundamental no enfrentamento de obstáculos “um planejamento estratégico com ações de curto, médio e longo prazos, baseado em exemplos exitosos”. “A cadeia produtiva de alho alcançou várias vitórias relacionadas, por exemplo, com a importação de alho da China, e acredito que algumas de nossas experiências podem ajustadas por outras associações e cooperativas”.
Já os problemas com a produção/comercialização da batata e alternativas para solucioná-los permearam a fala de Natalino Shimoyama, da Associação Brasileira de Bataticultores (ABBA). Segundo ele, os fatores de mudança que têm afetado a cadeia produtiva de batata têm sua origem nas importações, “abertura total, irresponsável e inconsequente”: “Por que importar se somos autossuficientes?” Segundo Natalino, as alternativas envolveriam aspectos tanto técnicos como políticos. Produção controlada, solução de problemas fitossanitários, novas tecnologias e mais profissionais organizados dentro da cadeia produtiva foram algumas dessas alternativas apontadas por ele.
Em âmbito regional, a experiência bem sucedida da Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina – Cootaquara foi o tema da palestra do agrônomo Carlos Banci, da Emater-DF. De acordo com Banci, antes uma associação composta de sete agricultores, em 1997, virou cooperativa em 2001, com 21 cooperados, número que chegou a 231, seis anos depois. O sucesso ele atribui a uma equação simples: diversidade mais quantidade = logística. “A cooperativa agrega valor a seus produtos – cerca de 400 mil toneladas por mês – muitos dos quais já saem embalados e exibindo sua marca para ser comercializados nos supermercados”.
Fonte: http://www.cnph.embrapa.br/paginas/imprensa/releases/140514_abertura_senace.html