Alho importado da China, de todas as categorias, terá agora que pagar taxa antidumping
Santa Catarina 23/2/2016 – Notícia boa para os produtores de alho que há tempos vem diminuindo a produção nacional em virtude da concorrência desleal com a importação do produto da China.
Publicado no dia 18 de fevereiro a Resolução Nº 13 da Câmara de Comércio Exterior (Camex) inclui as classes 3 e 4 na aplicação de antidumping sobre as importações de alhos frescos ou refrigerados vindos da China. Antes, o alho de procedência chinesa ingressava no Brasil com valor inferior ao brasileiro em consequência da mão de obra ser muito mais barata que a brasileira. Agora, o produto importado será submetido ao pagamento da taxa antidumping, no valor de US$ 7,8 dólares a caixa com 10 kg. A classificação do alho é determinada pelo seu tamanho e as classes 3 e 4 tem tamanho menor, sendo que a 3 tem entre 32 até 37 milímetros e, num comparativo, a classe 7 apresenta mais de 56 milímetros.
“Os importadores precisam pagar a taxa para que não haja concorrência desleal e que os cofres públicos não sejam lesados”, citou o deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), interlocutor do processo pela valorização da produção do alho nacional e contra o dumping. Foram anos de trabalho junto aos órgãos do governo federal até a publicação da Resolução.
Atualmente, 65% do alho consumido no Brasil vêm de outros países. Da China são 16 milhões de caixas/ano e da Argentina outros 6 milhões de caixas/ano. O Brasil produz alho com alto padrão de qualidade. Dados da Anapa apontam que o país cultiva alho em 6 mil propriedades, em área de aproximadamente 10 mil hectares, tendo como principais produtores os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Bahia, Paraíba, Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás. A produção nacional chega a mais de 80 mil toneladas por ano o que representa 35% da demanda do mercado interno.
O presidente da Associação Nacional de Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino reforça que “a concorrência desleal do alho chinês é o principal entrave à busca da autossuficiência na produção nacional de alho”. De acordo com o presidente “não queremos ser um país dependente de produtos importados e temos capacidade de atender grande parte do mercado interno”.
O deputado Colatto enfatizou que corrigir a distorção causada pelo dumping é não permitir que a China quebre a produção nacional de alho, que a cada ano tem apresentado diminuição.
A taxa antidumping é coordenada por estudo feito pelo Governo, através da defesa comercial, que fixa um valor colocando o produtor brasileiro em igual competição com o produtor Chinês. “Assim, o produtor de alho brasileiro terá a segurança de plantar sem que outros mercados prejudiquem sua atividade”, acrescenta.