Ao lado de representantes de sindicatos e associações representativas do setor produtivo de Goiás, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino, participou, nesta segunda-feira (7), de uma reunião com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, para debater a criação de um Fundo para Infraestrutura, que terá como foco o investimento em estradas e rodovias da região. A medida significará a cobrança de um novo imposto para o agronegócio que já enfrenta muitas dificuldades, como alertou o presidente da Anapa.

“Eu represento os produtores de alho do Brasil. Só em Goiás, temos quatro mil hectares, 60 mil trabalhadores e mais de 100 produtores. Nós temos uma dificuldade hoje com relação ao custo de produção, em função da pandemia e da guerra. Ainda temos essa luta com o alho chinês. Então, nós já estamos no limite”, ponderou Corsino. “Esperamos que o governo tenha prudência na hora de definir as alíquotas e adequar cada setor que será chamado para colaborar”, completou.

No encontro, o chefe do executivo apresentou um balanço das contas do estado e destacou que a taxação é essencial para a “saúde financeira” e evitar o “colapso” de Goiás. “Teremos uma perda de arrecadação de mais de R$ 4 bilhões para o orçamento de 2023. Isso não é especulação”, afirmou Caiado. Segundo o chefe do Executivo, a queda na arrecadação se deve às leis aprovadas pelo Congresso Nacional, que reduziram os impostos sobre a gasolina, a energia elétrica e a comunicação, por exemplo.

A proposta do governo é encaminhar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa (Alego), sugerindo a criação do fundo. Se aprovado, os recursos serão destinados para uma secretaria específica volta à infraestrutura e administrados por um conselho composto por representantes do governo estadual e do setor produtivo. “Essa verba será usada exclusivamente para melhorar a infraestrutura, logística e segurança dos produtores”, completou Caiado.

Os cálculos para a criação do fundo estão em estudo e contam com a contribuição da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) na elaboração do projeto. “É hora de fazermos um pacto para Goiás ter um salto de desenvolvimento. É um assunto que temos que discutir com muita tranquilidade, cada um colocando o seu ponto de vista. Acredito que precisamos estar em convívio nesse processo”, afirmou o presidente da Faeg, deputado federal José Mário Schreinger.