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Encontro Nacional dos Produtores de Alho reúne mais de 200 pessoas em Caçador (SC)

21 de outubro de 2022

O 34º Encontro Nacional dos Produtores de Alho, realizado nesta sexta-feira (21) em Caçador (SC), mostrou a importância da integração entre produtores e pesquisadores para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Com um público de 200 participantes, o evento foi organizado pelas Associações Catarinense (ACAPA) e Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), além da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP) e a Prefeitura de Caçador. Segundo o pesquisador da Epagri, Renato Vieira, esse é um dos eventos mais importantes para o setor no Brasil. “A cultura do alho é muito dependente da tecnologia e esse tipo de evento serve como um fórum de debate e troca de experiências para que o setor fique cada vez mais forte”, afirmou.

O Brasil tem mais de 40 mil propriedades rurais que trabalham com o alho, das quais 35 mil são de agricultores familiares. A produção está concentrada nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde o alho se tornou uma das principais hortaliças em termos de importância econômica e social. Na safra de 2022, a área de plantio deve alcançar 18 mil hectares, um aumento em relação ao ano anterior quando a produção foi de 16 mil hectares.

A produtividade está atrelada à realização das pesquisas. “A proximidade das instituições com os produtores é fantástica porque as dores que temos no campo são respondidas por pesquisadores que dedicam suas vidas para encontrar soluções para o bem maior que é a produção do alimento”, avaliou o presidente da Anapa, Rafael Corsino. O produtor e presidente da Acapa, Everson Tagliari, acrescentou: “a pesquisa é importante para a manutenção das atividades no campo. Sem ela, estaríamos à deriva”.

Para os engenheiros agrônomos e técnicos, esse reconhecimento é fundamental na continuidade dos trabalhos e no incentivo aos jovens estudantes que têm interesse nessa cultura. “A atividade do alho acontece porque muitos produtores trabalham com a cultura e se dedicam a ela. Mas por trás disso há muitos técnicos e engenheiros agrônomos que dão assistência e que orientam os produtores. Eles também merecem crédito”, explicou o representante da Associação dos Engenheiros Agrônomos, Leandro Hahn.

Nesta edição, os participantes relembraram a importância de Caçador na realização de trabalhos acadêmicos voltados à cultura do alho. A cidade iniciou os estudos neste tema na década de 80, quando Santa Catarina se tornou um polo na produção dessa iguaria culinária. “ Temos uma história riquíssima na produção de alho, da olericultura de maneira geral. No final da década de 70, a nossa colônia japonesa foi pioneira nessa cultura. A produtividade vem da aplicação da pesquisa nas propriedades. O conhecimento só vale a partir do momento que ele é disseminado e aplicado”, disse o Prefeito de Caçador, Alencar Mendes.

Outro parceiro fundamental dos produtores é o poder público, que atua na luta para cancelar a concorrência desleal com os alhos importados. Presente no evento, o deputado estadual Valdir Cobalchini, eleito deputado federal, destacou que o Congresso Nacional deve ser um aliado na defesa dos produtores.

“Esse é um desafio. Os produtores fazem sua parte com as tecnologias que estão disponíveis. O poder público também deve fazer a sua parte, em questões legislativas e tributárias, para que o Estado possa oferecer proteção aos produtores para que a gente possa continuar produzindo, gerando empregos e levando sabor para a mesa dos brasileiros”, finalizou.

Palestras

Nesta edição, o tema debatido foi “Desafios, Mercado e Inovação” e contou com diversos especialistas, entre eles o engenheiro agrônomo, Marco Antônio Lucini, que palestrou sobre Desafios e Mercado. Presidente de honra da Anapa, Lucini foi homenageado no encontro por toda a sua contribuição para o desenvolvimento da cadeia do alho.

A Dra. Naiara Guerra, pesquisadora na área de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), palestrou sobre uso de herbicidas na cultura do alho; e o pesquisador na área de Fitopatoligia do Instituto Federal Catarinense, Leandro Luiz Marcuzzo, abordou o tema manejo e controle de doenças do alho. Também estiveram presentes o pesquisador na área de Entomologia da Epagri – Estação Experimental de Caçador, Dr. Juracy Caldeiras Lins, e Rogério Er, que explicaram o IG do alho do Planalto Catarinense.