Uma das preocupações dos agricultores que trabalham com o alho é a disseminação do fungo Sclerotinia sclerotiorum, causador da praga conhecida como “podridão branca”. A fim de assegurar proteção legal a esse cultivar, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), Rafael Jorge Corsino, se reuniu, na última terça-feira (14), com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcus Coelho.
“Os produtores estão registrando um aumento da incidência da podridão branca nas plantações de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Gotardo (MG) e Cristalina (GO). A podridão branca tem uma grande capacidade de sobrevivência, inviabilizando áreas para cultivo de cebola ou alho por oito até 20 anos. Por isso a necessidade de discutir uma lei geral para sementes e para o alho livre de vírus”, explicou Rafael Corsino.
Segundo o diretor do DSV, é necessário um estudo na área, mas, de acordo com ele, é possível que doença se enquadre nas leis das Pragas Quarentenárias Não Regulamentadas (PNQR). “Vamos envolver a Embrapa e pedir que ela apresente uma proposta”, sugeriu Marcos Coelho.
De acordo com a coordenadora de Sementes e Mudas (CSM), Virgínia Carpi, é necessário fazer uma análise de risco que estabeleça algumas medidas para evitar a propagação do fungo. Ainda, segundo ela, um estudo é que vai determinar a importância economica e a soma dos prejuízos que essa praga pode trazer. “Dessa forma se justifica uma legislação para a área”, completou Carpi.
O presidente da Anapa, que acompanha de perto a luta dos produtores de alho, admite que o impacto econômico causado por esse fungo é enorme e o social “maior ainda”. Rafael Corsino lembrou que milhares de famílias são empregadas nas lavouras de alho.
“Uma vez esse fungo instalado nas plantações, inviabiliza toda uma produção de alho e, também, de cebola, pois a disseminação é feita através máquinas, implementos, ferramentas, trânsito de pessoas e embalagens como caixas ou sacos contaminados. Por isso a importância de uma legislação que estabeleça critérios para que o fungo não se alastre”, acrescentou Corsino.
Saiba mais
O que são Pragas Quarentenárias Não Regulamentadas?
Praga não quarentenária é aquela cuja presença em materiais de propagação influem no uso proposto destas plantas, com impacto econômico inaceitável e que, portanto, está regulamentada no território da parte contratante importadora.