Por Imprensa Anapa
“Graças aos grandes investimentos em pesquisas e a constante divulgação do alho brasileiro, teremos o incremento da área cultivada para abastecer até 67% do mercado interno”, anunciou o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), Rafael Corsino durante a transmissão da live sobre o Cenário de Mercado do Alho na última terça-feira (12).
Para o presidente, caso essas projeções sejam concretizadas, os produtores ofertarão para o mercado em torno de 24 milhões de caixas de dez quilos, abastecendo até 67% do consumo interno do país.
Transmitida no canal oficial do YouTube da ANAPA, o evento contou com as participações do o engenheiro-agrônomo e pesquisador Marco Antônio Lucini, mostrando as perspectivas do mercado para o ano de 2022.
Participaram também do bate papo dois grandes representantes da cultura do alho no país; Flávio Márcio, presidente da Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA); e Everson Tagliari, presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Alho (ACAPA), trazendo dados de suas respectivas regiões sobre plantio e colheita.
Foram debatidos na live diversos temas sobre produção e mercado, as dificuldades encontradas pelos produtores no período de safra, as doenças em comum de cada região, assim como os números de importações de alho da China e Argentina.
Para o presidente da AMIPA, Flávio Márcio a expectativa da área plantada em Minas Gerais seja ainda maior nesta safra, que deu início no mês de março,“ Teremos um incremento em nossa área de plantio em 2022, no ano passado tínhamos 7.500 ha e nossa expectativa é que aumente este número, um grande salto de produtividade, graças aos investimentos feitos pelas associações em pesquisa e ‘marketing’ do alho brasileiro” afirmou Flávio.
Porém, o grande problema encontrado pelos produtores em Minas Gerais é o alto custo de produção, que vem aumentando a cada safra, dificultando a vida dos produtores da região, segundo o presidente da AMIPA esse preço pode chegar a quase 250 mil reais por hectare plantado, tornando o investimento muito alto.
“A safra aqui em Minas começou oficialmente na segunda quinzena de março, o clima está totalmente favorável para a produção, alguns alhos já estão em fase de diferenciação, estamos bastante otimistas com esta safra, se tudo dê certo podemos esperar um novo recorde de produção”, concluiu Flávio.
Dando segmento a live, o presidente da ACAPA, Everson Tagliari, contou sobre as expectativas para a safra de alho na região Sul do país, onde no momento está em fase inicial de colheita que deve finalizar na primeira quinzena de junho, concorrendo com os alhos precoces do centro-oeste e sudeste do país.
Para Tagliari, o principal problema na região é o clima instável, onde prejudica as lavouras, como chuvas fortes de granizos que tem sido constante no Sul do país, além da importação do alho argentino, com a facilidade de entrar no estado pela proximidade com o país.
“O alho argentino tem sido nosso principal concorrente, dificultando muito a vida dos produtores da região, o alho importado chega aqui a um preço que é muito difícil de concorrer”, afirmou o presidente da ACAPA.
Segundo dados da ANAPA, na safra 2022 a região Sul do país terá uma diminuição de área de plantio, de 3400ha para 3000ha, aonde parte majoritária dos produtores são principalmente da agricultura familiar, onde o alho é a principal fonte de renda dessas famílias.
Cenário do Mercado do Alho
O engenheiro-agrônomo, Marco Antônio Lucini, pesquisador na cultura do alho e presidente de honra da ANAPA, apresentou dados de sua pesquisa de mercado e produção, onde aponta que vai haver o aumento da área de plantio de alho no Brasil, em 2021 foram 16,000ha e a expectativa é que nesta safra chegue a 18.500ha.
Lucini destacou a importância dos principais Estados produtores de alho: Minas Gerais com 52% da produção nacional, Goiás, Distrito Federal e Bahia, somados com 32% e o sul do país com 16% que juntos contribuem com quase toda produção nacional, além dos outros estados que possuem menores áreas plantadas.
“Com esse cenário otimista da produção do alho, o Brasil poderá chegar a 67% de abastecimento total, graças aos investimentos em pesquisas e a comunicação do alho brasileiro que tem sido bastante efetiva. Cenário oposto a 10 anos atrás”, afirmou Lucini.
Segundo o pesquisador o consumo de alho no Brasil em 2022 se manterá em 36 milhões de caixas de 10kg assim como foi no último ano, sendo que 24 milhões de caixas serão produzidas no Brasil, e 12 milhões importados da Argentina (8 milhões), China (3,5 milhões) e outros países (500 mil).
Outro ponto debatido pelos participantes da live foram as importações de alho, onde a tendência é a redução dessa demanda, o consumo do alho brasileiro está crescendo, graças a alta produtividade do país e os altos custos de importação, principalmente do chinês, onde a atuação do antidumping está sendo executada e a alta do dólar prejudicando a busca pelo produto importado.
Ainda sobre as importações, Lucini destaca que o maior volume de alho importado pode vir da Argentina, a expectativa e chegue cerca de 8 milhões de caixas de 10kg do país vizinho, onde não existe nenhuma categoria de tributação e fica bem próximo à divisa com o Brasil, o que pode afetar a comercialização dos produtores do Rio Grande Sul e Santa Catarina.
O bate-papo terminou com uma calorosa conversa dos participantes da live, respondendo às perguntas da audiência feitas durante a transmissão por meio do chat do YouTube.
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