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Mercado do alho foi tema de live promovida pela ANAPA

31 de maio de 2021

“Segundo dados da ANAPA, a previsão de incremento da área cultivada de alho país é de 15%”, anunciou o presidente da ANAPA, Rafael Corsino, durante a transmissão da live Cenário do Mercado do Alho, que ocorreu na última terça-feira, 25.

Para o presidente, caso as projeções sejam confirmadas, os produtores nacionais ofertarão para o mercado vinte milhões de caixas de dez quilos do produto, passando assim a abastecer 55% do consumo interno do país. “Ano passado, tínhamos 13,8 mil hectares de alho no Brasil. Esse ano devemos irpara 17,5 mil hectares caso não ocorra mudanças drásticas no clima”, apontou.

Transmitida no canal oficial Youtube da ANAPA, o evento contou com a participação do o engenheiro agrônomo e pesquisador Marco Antonio Lucini, mostrando as perspectivas de mercado para o ano de 2021.

Enriqueceram, ainda, o bate-papo dois grandes representantes da culturade alho no país: Flávio Márcio, Presidente da Associação Mineira dosProdutores de Alho (AMIPA); e Everson Tagliari, Presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Alho (ACAPA), trazendo dados de suas respectivas regiões de plantio.

Os principais temas debatidos no encontro foram as safras 2020/2021, as dificuldades encontradas pelos produtores no período, as doenças comuns em cada região, bem como os números das importações de alho da China e Argentina.

De acordo com o presidente da ACAPA, Everson Tagliari, as expectativas para o alho em 2021 são boas. Ele entende que deve haver um pequeno aumento se comparado à área já plantada. Tagliari apresentou dados do Instituto CEPA/EPAGRI, que mostra que o Estado de Santa Catarina teve 1.786 ha de área plantada em 2020, dividida em 27 cidades.

“90 a 93% desses estabelecimentos rurais são pequenos e mini produtores rurais, que chega a meio hectare por propriedade, mostrando que o alho é a principal renda para essas famílias”, destacou Tagliari.

Em 2020 vários percalços prejudicaram a produção de alho, entre eles, a falta de água no início do plantio em Santa Catarina, o que deixou algumas regiões com 58 dias de estiagem, acarretando escassez de água. “Quanto finalmente choveu, veio forte e com bastante granizo”, lembra o presidente da ACAPA.

Já o presidente mineiro, Flavio Marcio, ressaltou que o Estado de Minas Gerais plantou a maior safra da história, batendo recorde com aproximadamente 7.500 mil hectares, “graças ao bom clima e o investimento em sementes de boa qualidade, o que favoreceu na condução das lavouras”, avaliou.

Flávio lembrou que durante a seca, os produtores, principalmente em São Gotardo, remanejaram água para não passar dificuldades. Para ele, a ausência de chuva contribuiu, de alguma forma, para o aumento da produtividade de alho em Minas Gerais.

“O clima está totalmente favorável à cultura do alho. Está esfriando a noite, e os dias estão mais quentes que o normal e não estamos sofrendo com bacteriose nas lavouras, que é uma doença que afeta muito a produtividade”, informa Flávio.

O engenheiro agrônomo, Marco Antonio Lucini, apresentou, segundo dados da ANAPA, que as áreas de plantio de alho no Brasil, em 2020, foram de 13.800 hectares e a expectativa para 2021 é de 17.500 hectares. “O que torna o alho brasileiro cada vez mais autossuficiente no país”, disse Lucini.

Lucini destacou a importância dos principais Estados produtores de alho: Minas Gerais com 7.500ha; Goiás, 3500ha; Rio Grande do Sul, 2200 há; e Santa Catarina com 2100ha, que juntos contribuem com quase toda produção nacional, além dos outros estados que possuem menores áreas plantadas, mas também são de grande valia na produção, tais como: os estados do Paraná, Bahia e Piauí.

Com esse cenário otimista da produção de alho, o Brasil poderá chegar a 55% de abastecimento total. Já as expectativas para as importações estão baixas neste momento. Segundo Lucini, a China, principal concorrente, tem o seu destaque somente no segundo semestre, onde em 2020 chegou a importar aproximadamente 10.278.164 toneladas de alho, além da Argentina que no primeiro semestre importou 7.205.671 toneladas.

O pesquisador ressaltou que o volume importado de janeiro a abril de 2021 foi 22% menor, quando comparamos com mesmo período de 2020. No entanto, mesmo com menor volume nesses primeiros quatro meses de 2021, o preço médio FOB por caixa caiu, passando de US$ 19,17 em 2020, para US$13,39 por caixa de dez quilos, em 2021.

Outro ponto levantado na live foi que o consumo de alho aumentou nesse período de pandemia. Em 2020 a procura pela hortaliça foi cada vez maior. “Ano passado o Brasil consumiu aproximadamente 36 milhões de caixas de alho e este ano a previsão é que se consuma 32 milhões de caixas”, frisou o presidente da ANAPA.