O alho é considerado um dos 20 vegetais mais importantes para a nossa alimentação, por conta de suas inúmeras funções já descritas e comprovadas pela ciência. Além de sua aplicabilidade culinária e do sabor característico que agrega no preparo de diversas receitas, recomendo que você adicione o alho em temperos, molhos ou para aromatizar azeite e óleo, explorando desta forma toda a potencialidade deste ingrediente.
Os benefícios à saúde acontecem pela presença de substâncias como a alicina, os tiosulfinatos, a quercetina, os ácidos fenólicos e o selênio, destacando-se pelas funções antialérgica, antiviral, antibacteriano e antioxidante.
A melhor forma de volatilizar e disponibilizar estes compostos bioativos ao consumir o alho cru é triturando, esmagando ou processando o alimento, para ativar a enzima chamada alinase e obter a alicina; a associação com óleos também favorece a sua absorção e aproveitamento pelo organismo.
Os benefícios do alho acontecem em várias frentes, mas parecem ser mais efetivos na prevenção e tratamento de doenças crônicas como a obesidade, hipertensão, dislipidemias e câncer, devido suas funções antitumoral, anti-inflamatória, antioxidante, cardioprotetora e imunoprotetora.
Durante o cultivo deste alimento, o teor de alina dependerá de sua espécie, meio ambiente do plantio, temperatura, teor de carboidratos e iluminação; ela se acumulará principalmente nas folhas e, à medida que a maturação dos dentes se desenvolve e a planta se aproxima do estágio de colheita, a alina e seus precursores são direcionados para o centro do alimento.
Terapeuticamente, o alho também pode ser consumido como extrato, óleo, comprimidos e cápsulas. Porém, a melhor forma, tempo de uso e quantidade devem ser avaliados por um profissional habilitado e experiente, evitando alguns efeitos indesejados como: fadiga, vertigem e sudorese, bem como reações alérgicas e desconfortos respiratórios.
Embora este alimento tenha inúmeros benefícios, o seu uso é contraindicado em casos de gestação, presença de úlcera, gastrite, doenças inflamatórias intestinais, hipertireoidismo, distúrbios da coagulação ou para pessoas que estão em tratamento com anticoagulantes, histórico de hipersensibilidade e alergia; seu uso não é recomendado em pré ou pós-operatórios.
Contextualizando a sua utilidade no cenário atual, principalmente por sua função imunológica, a utilização do extrato de alho tem sido classificada como benéfica para a prevenção ou agravamento clínico em pacientes com covid-19, uma vez que parte dos princípios ativos presentes no alho poderão favorecer a regulação da secreção das citocinas, importantes sinalizadores imunológicos, que quando atuantes ajudarão as células imunológicas a controlar o agente infeccioso, no caso o coronavírus.
Assim como o alho, inúmeros alimentos podem ser classificados com “superpoderes”, seja pela função nutricional, seja pela funcional, sendo de grande valia a diversidade e presença de todos em nosso cardápio. Logo, para ter saúde, não concentre-se em consumir apenas um alimento e, sim, em diversificar sua alimentação.