News

Agrônomo faz alerta para produção de alho

19 de novembro de 2018

Tendência para a próxima safra é muita oferta e preço baixo

As produções e os estoques de alho no mundo continuam altos e os preços, muito baixos. Essa é a tendência de mercado da safra 2018/19, apresentada pelo engenheiro agrônomo Marco Antônio Lucini, no 31º Encontro Nacional dos Produtores de Alho, realizado em Frei Rogério, na sexta-feira (9).

Segundo Lucini, na safra passada (2017/18), o alho argentino chegou ao mercado brasileiro a R$ 15 por caixa mais barato que o custo de produção no Sul do Brasil. Nesta safra, a expectativa é de que o valor do produto argentino seja de, no mínimo, US$ 160/Fob/Caixa. “Dessa forma, chegaria ao mercado atacadista nacional no mesmo custo do alho da região de Curitibanos”, explicou o agrônomo.

Ele ressaltou que a Argentina tem safra coincidente com a do Sul e, por fazer parte do Mercosul, não há nenhum imposto de importação ou quotas sobre o alho. De acordo com Lucini, as exportações iniciam este mês, com os alhos precoces, e, de janeiro a abril, período em que 80% do produto é comercializado, quem domina o mercado nacional é o argentino, ditando os preços para a região de Curitibanos. “E a perspectiva é de muita oferta e baixo preço”, alertou.

O agrônomo revelou que a produção mundial de alho é dominada pela China, com 165 milhões de caixas de dez quilos por ano, 80% do total. A Espanha, o segundo exportador, é responsável por 8% e a Argentina, 4%. O Brasil, como um tradicional importador, compra alho desses três países.

Segundo Lucini, o alho chinês, que também concorre com o Sul, tem duas barreiras tarifárias para que chegue ao mercado atacadista pelo mesmo custo do nacional: imposto de importação de 35% e taxa de antidumping de US$ 7,80 por caixa de dez quilos. “Nosso problema, de mais de duas décadas, são as liminares judiciais concedidas ou compradas pelos importadores para deixarem de pagar a taxa de antidumping e, assim, concorrerem de forma desleal com o alho nacional”, criticou.

Ele reforçou que o alho importado é responsável por 55% do abastecimento nacional, com destaque para a China (41%), Argentina (51%) e Espanha (7%). No entanto, nos primeiros meses de 2019, haverá também concorrência interna, com o alho remanescente do Cerrado. Por isso, a orientação do agrônomo é de que o produtor seja competitivo em relação a produtividade e custos e também na comercialização com a venda escalonada, dentro das normas e padrões com qualidade. “Alho bem classificado, embalado, toaletado, como exige o mercado. Só assim competiremos com os importados. Não cabe mais, há muito tempo, amadorismo em nossa atividade de cultivo de alho nobre roxo no Brasil”, defendeu.

Lucini pontuou que o preço médio praticado em outubro pelos produtores do Cerrado foi de até R$ 0,50 acima da classe para alhos “escovados” e de até R$ 1 acima da classe para alhos toaletados. Essa, segundo ele, é a expectativa de preços médios para todo o Sul do Brasil até abril de 2019.

CONSUMO

De acordo com Lucini, o consumo nacional de alho será de 30 milhões de caixas de dez quilos na safra de 2018/19. São 2,5 milhões de caixas por mês ou cerca de 83.300 caixas por dia. Além disso, o agrônomo destacou que, na próxima safra, 45% do alho consumido será da produção nacional e Santa Catarina e Rio Grande do Sul responderão por três milhões de caixas.

 

Fonte: http://asemanacuritibanos.com.br
Por:Tatiana Ramos