Sem as taxas, caixa do alho asiático cairia para R$ 55, contra R$ 80 do nacional; produção no Brasil ficaria inviável
A China, concorrente direto do alho brasileiro, pode prejudicar ainda mais a cadeia nacional. Isso porque o governo estuda retirar a taxa de importação do alho chinês. Os produtores gaúchos estão preocupados. Eles são responsáveis por 20% da produção nacional. Só no ano passado, o volume de importação foi superior a 100 mil toneladas, um crescimento de 67% em comparação a 2015.
O preço do alho chinês não é inferior ao produzido no Estado devido a duas taxações cobradas na hora da importação, uma de cerca de US$ 8 por caixa do produto e outra de 35% sobre o valor do produto por estar na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC). Mas a cobrança do antidumping, feita há 12 anos, vence em 2018 e pode deixar de ser cobrada. A taxação é uma prática comercial para evitar a concorrência desleal entre produtos nacionais e importados.
O custo de produção para os produtores de alho na Serra gaúcha é de R$ 80 a cada caixa de 10 quilos. Com as duas taxas de importação vigentes, o alho chinês chega ao Brasil custando cerca de R$ 100 por caixa. Sem as taxas, o valor do alho chinês cairia para R$ 55, inviabilizando a produção nacional.
Santa Catarina
Produtores catarinenses colhem em média 10 toneladas de alhopor hectare na safra 2016/2017. O aumento na produtividade levou a uma safra 63,2% maior este ano, mesmo com a redução da área plantada. Ao todo, na safra 2016/17 os agricultores colheram 20,2 mil toneladas do produto, com expectativa de crescimento para o próximo ciclo. Os números são divulgados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri).
Na safra de alho já encerrada, a área plantada foi reduzida em 10,4%, ficando com 1.952 hectares destinados ao cultivo. De acordo com a Epagri, 82,3% superior à safra 2015/2016, a queda na área plantada não teve impactos na produção. Isso é resultado da adoção de novas tecnologias, cultivares e manejo da cultura.