Consolidar conhecimentos e disponibilizar informações foi o caminho trilhado pelo projeto “Hortaliça não é só salada”, coordenado pela Embrapa, para orientar os consumidores sobre as pequenas atitudes cotidianas que reduzem o desperdício de hortaliças.
De acordo com a pesquisadora Milza Moreira Lana, idealizadora do projeto, há muitas tecnologias que permitem aos produtores ruraisminimizar as perdas de hortaliças na fase de pós-colheita nas suas diferentes etapas: lavagem, classificação e beneficiamento. “Também existem diversos cursos e publicações técnicas para agricultores sobre o assunto, porém há uma lacuna quanto se trata de conteúdo destinado aos consumidores”, afirma.
Mas o que fazer para ajudar a população a se alimentar melhor e a desperdiçar menos hortaliças? A pesquisadora encontrou a resposta na fórmula dos 4C’s: como comprar, conservar e consumir. Na página “Hortaliças na Web”, hospedada no portal da Embrapa Hortaliças, foram sistematizadas diversas informações que orientam os usuários sobre os atributos de qualidade na hora da compra e o correto manuseio e acondicionamento das hortaliças no mercado e na residência para evitar desperdícios.
“Pensamos em entregar um produto que pudesse ser facilmente consultado para auxiliar a rotina dos consumidores”, explica Milza ao ressaltar que a proposta foi compilar informações sobre áreas em que as pessoas têm realmente condições de atuar e cooperar, como no mercado ou dentro de sua própria casa.
“Há problemas estruturantes que tangenciam a questão do desperdício de hortaliças, mas para dialogar com os consumidores nós fizemos um recorte do assunto para que eles pudessem entender sua parcela de participação nos altos índices de desperdício”, acrescenta. Em suma, a crença é de que mais informação resulta em menos desperdício, uma vez que incentivar o consumo de hortaliças também é uma forma de minimizar a perda desses alimentos tão perecíveis.
O site “Hortaliças na Web” também visa contribuir para o aumento do consumo de hortaliças pela população brasileira, oferecendo diversas opções de preparo desses alimentos – são mais de 150 receitas nutritivas, práticas e baratas. O conteúdo do site também está disponível em outros formatos (livros, folders e vídeos) para democratizar o acesso para uma ampla parcela da população.
“Enquanto instituição pública, nós pensamos como poderíamos atuar para atenuar o cenário que mais parece um contrassenso, no qual o brasileiro consome pouca hortaliça ao mesmo tempo em que desperdiça muita hortaliça”, comenta Milza ao convidar todos para conhecerem o projeto e descobrirem que “couve não apenas acompanha feijoada, quiabo é muito mais que baba e bertalha não é um ser de outro planeta”.