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Argentina: Aumento de 50% da área plantada em San Juan

23 de agosto de 2017

Os agricultores de San Juan, em Mendoza (Argentina), finalmente plantaram mais do que pensavam, cerca de 1.500 hectares de alho, ou seja, 50% a mais do que no ano passado, a maior área dedicada a esta hortaliça há pelo menos 6 anos.

Evolução

Em 2007, havia em San Juan 2.800 ha de alho exportável e, a partir de 2008, esse número começou a cair. Os produtores deixaram de exportar porque não podiam assumir os altos custos de produção, com uma paridade cambial adversa. Entre 2008 e 2015 a área caiu 71,4%. Em 2014 e 2015, 800 ha foram plantados em cada ano e, depois, mais 1.000 ha, em 2016.

Uma situação diferente vive Calingasta, outro polo de alho de excelente qualidade, que este ano não viu a produção aumentar. O diretor de Indústria desse departamento e produtor, Marisol Sánchez, disse que este ano plantou 196 hectares em comparação aos 210 ha do ano passado. “A maioria dos produtores plantaram mais, mas este ano há dois grandes agricultores que se aposentaram e não plantaram nada”, explicou.

Ele disse que os produtores ficaram desanimados, não porque o alho não é comercial, mas porque na Cordilheira dos Andes tudo é mais caro, como frete, fertilizantes e agroquímicos. Ele acrescentou que o preço do alho aumentou para o produtor. No vale de Tulum, custa menos, mas o produtor Juan Marrelli não plantou, devido ao aumento do preço da semente, mas agora, segundo ele, as condições macroeconômicas do país estão a favor, pelo menos para esta hortaliça.

Para os produtores, o auxílio oficial também é necessário para reduzir o custo do frete para o porto e chegar a preços mais competitivos aos mercados internacionais. Dos 1.500 ha que foram plantados, 10% serão economizados para a semente, entre 25 e 30% serão para alho “tratado” com frio, para consumo no mercado interno. Os restantes, 70 a 75%, serão para exportação. O alho branco viajará para a Europa e os Estados Unidos, e uma variedade de alhos chineses serão enviados para o Brasil.

O agricultor Juan Manrique, que tem um galpão em Pocito, disse que a perspectiva é “desconhecida”. Ele espera que o mercado brasileiro aumente as compras do produto, à medida que a economia do país se estabilizar. Outros produtores, como Figueroa e Marrelli disseram que estão esperando um ano “bom” como a temporada passada, mas advertem que para esta safra a China é uma ameaça, já que a área plantada no gigante asiático também aumentou.

Fonte: diariodecuyo.com.ar