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Alho chinês pode prejudicar produção brasileira se taxa de importação for retirada

23 de maio de 2017

Rio Grande do Sul – Apesar da qualidade da última safra de alho no Rio Grande do Sul, os produtores gaúchos estão preocupados com a competição com o produto importado da China. Só no ano passado, o volume de importação foi superior a 100 mil toneladas, um crescimento de 67% em comparação a 2015.

O preço do alho chinês não é inferior ao produzido no estado devido a duas taxações cobradas na hora da importação, uma de cerca de US$ 8 por caixa do produto e outra de 35% sobre o valor do produto por estar na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec). Mas a cobrança do antidumping, feita há 12 anos, vence em 2018 e pode deixar de ser cobrada.

A taxação é uma prática comercial para evitar a concorrência desleal entre produtos nacionais e importados.

O custo de produção para os produtores de alho na Serra gaúcha é de R$ 80 a cada caixa de 10 kg. Com as duas taxas de importação vigentes, o alho chinês chega ao Brasil custando cerca de R$ 100 por caixa. Sem as taxas, o valor do alho chinês cairia para R$ 55, inviabilizando a produção nacional.

“Vai ficar inviável pra nós produzir alho na nossa região. Vai ser impossível competir com o alho de lá. O valor do alho chinês que chega vai ser menor do que o nosso custo de produção”, lamenta o produtor Jorge Baggio.

Para que esse imposto continue sendo cobrados dos chineses, produtores gaúchos estão elaborando um pedido para Câmara de Comércio Exterior do governo federal de renovação dessas cobranças.

“Nós precisamos manter isso sobre pena de desaparecer a produção do nosso país, o que seria um desastre. A produção é uma ótima alternativa para produtores familiares, conseguem constituir a produção de alho pra geração de renda, empregos e de impostos para o país”, explica Olir Schiavenin, vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho.

Enquanto o que foi produzido na última safra chega ao mercado, a terra é preparada para o novo plantio que começa no mês que vem. Um plantio de incerteza na região responsável por quase 20% de toda produção nacional de alho.

“Se mesmo com as cobranças eles continuam aumentando a importação, então nós temos uma prova, significa que temos que manter essas taxas para proteger a produção nacional”, finaliza Olir.

Fonte: G1

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