A maioria dos participantes do Curso de Produção de Hortaliças, promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) no período de 25 a 29 de novembro, já tinha informações básicas e, em algumas situações, até mais aprofundadas sobre os temas abordados durante o curso, e veio em busca do conhecimento sobre novas tecnologias que pudessem agregar maior benefício às atividades desenvolvidas. Foi o caso, por exemplo, de Francisco Pereira, que coordena o setor de Transferência de Tecnologia do Instituto Federal do Amazonas, campus de Manaus.
“A nossa região não apresenta condições climáticas favoráveis para o cultivo de algumas hortaliças e, dentro dessa realidade, as alternativas de produção são o cultivo protegido e em campo aberto sob o Sistema de Plantio Direto (SPD), e como o meu interesse é atuar como multiplicador, vim buscar o conhecimento dessa tecnologia, o que foi possibilitado pelo curso”, relatou o coordenador.
De Itaporanga, Goiás, veio o técnico em agropecuária James de França, que trabalha na Cooperativa de Produção da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cooperafes) do município. “Nós trabalhamos com 10 famílias no plantio de hortaliças, dentro de um projeto de geração de emprego e renda, financiado pela Petrobras”, explicou o técnico. Segundo ele, a ideia é trabalhar 15 variedades de hortaliças sob o sistema de cultivo protegido, uma tecnologia pouco utilizada pelos agricultores familiares devido aos custos altos.
“Como o projeto financia também a compra de equipamentos, vamos precisar de informações acerca do plantio sob esse sistema, e dessa maneira o curso me ajudou a entender o processo a respeito dessa forma de cultivo.”
O também técnico em agropecuária Francinei Matsunra, que compartilha as atividades na Cooperafes com o colega de Itaporanga, participou do curso para adquirir conhecimento sobre folhosas. “A gente sempre precisa de mais entendimento sobre plantio de folhosas, já que são muitas espécies, e o curso ajudou a tirar dúvidas que irão ser repassadas aos companheiros cooperados”, afirmou.
REFORMULAÇÃO
De um total de 74 inscritos, apenas 18 certificados foram entregues aos participantes. “São muitos os inscritos que terminam por não participar, em razão do problema de hospedagem, e, apesar de o curso ser gratuito, muitos não têm como ficar em Brasília durante o período das aulas”, anota a analista Carolina Reyes.
Segundo ela, tanto por essa questão como por observações feitas pelos alunos com relação à grade da programação – sugerem menos aulas teóricas e mais aulas práticas -, encontra-se em discussão uma reformulação da parte programática. “Teremos algumas mudanças gradativas com relação à teoria versus prática, porque também dependemos da disponibilidade dos pesquisadores, mas haverá alguns ajustes, com certeza”, sustenta Caroline.