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Seminário de Olericultura debate desafios e soluções para a cultura do alho

05 de maio de 2023

O vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Olir Schiavenin, participou, nesta sexta-feira (5/5), da terceira edição do Seminário de Olericultura – cultivo do alho, na ExpoAciaf no Parque da Maçã, em Fraiburgo (SC). A programação do evento contou com palestras técnicas sobre a produção e qualidade do alho, biologia e manejo da mosca-da-raiz (Delia sp.), além de uma mesa redonda com autoridades federais, estaduais e associações de produtores debatendo os desafios e soluções para essa cultura no Brasil.

Na ocasião, Schiavenin apresentou um panorama de mercado, com dados atualizados sobre a produção nacional, importações e as projeções para a safra de 2023. Destacou ainda as ações da Anapa no campo político e de defesa comercial para garantir a concorrência leal do alho nacional com o importado, como a cobrança às autoridades competentes por maior fiscalização nas fronteiras. Entre dezembro de 2022 e março de 2023, os produtores brasileiros foram fortemente impactados pela excessiva entrada de alho importado da Argentina, que tem safra coincidente com a região Sul do Brasil.

Em 2022, a Argentina foi responsável por 73% do alho que chegou ao Brasil, o que equivale a 8,73 milhões de caixas de 10kg. Somente no primeiro trimestre de 2023, já foram importadas 4 milhões de caixas, sendo a maior parte do país vizinho (3,4 milhões de caixas). Por fazer parte do Mercosul, o alho vindo da Argentina não paga imposto de importação, mas precisa adequar-se às normas e padrões de classificação exigido pela Portaria MAPA n° 435 e isso não ocorreu com grande parte do alho importado na atual safra, segundo denúncias das associações de produtores.

Para o vice-presidente da Anapa, o maior desafio hoje é coibir a entrada ilegal do alho argentino, ou seja, a mercadoria que ingressa no Brasil por contrabando e fora do padrão de qualidade.  “Precisamos exigir do governo federal e estadual maior rigor na fiscalização, definir quotas para diminuir o volume de alho da Argentina, estabelecer um rigoroso controle fitossanitário dos alhos importados e fazer cumprir a portaria ministerial que proíbe entrada de alho em sacas”, completou.