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Queima bacteriana foi tema de live realizada pela ANAPA

12 de agosto de 2021

A cultura do alho é atividade de elevada importância socioeconômica no Brasil, por conta da forte geração de emprego e renda e pelo alto valor agregado junto ao consumidor

Na cultura do alho diversos são os fatores que contribuem para a baixa produtividade, dentre eles estão as doenças de muitas etiologias que causam danos significativos à cultura. Pensando nisso, a Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA) realizou, na última terça-feira (10), uma live sobre manejos de doenças bacterianas na cultura do alho.

O professor Leandro Luiz Marcuzzo, do Instituto Federal Catarinense (IFC/Campus Rio do Sul), foi responsável por apresentar o seu estudo a respeito de queima bacteriana, trabalho que vem desenvolvendo dentro das áreas que atua, principalmente, nos seguintes temas: epidemiologia, sistema de previsão e manejo integrado de doenças.

A live teve início com o discurso do presidente da ANAPA, Rafael Jorge Corsino, sobre as dificuldades que o produtor rural vem encontrando, sobretudo, nesta safra, com altos custo de produção. Ele ressaltou, no entanto, a importância das pesquisas no desenvolvimento da cadeia produtiva.

Para o presidente, esse trabalho em conjunto dos pesquisadores e setor produtivo, possibilita o aumento da participação do alho brasileiro no mercado interno, alcançando cerca de 55% do consumo nacional. “Temos trabalhado incansavelmente para proporcionar novas pesquisas para o produtor, além da valorização do alho brasileiro junto ao consumidor”, afirmou Corsino.

No Brasil, nos últimos 20 anos, houve grande avanço na produtividade e na qualidade do alho nobre, principalmente pela seleção de plantas com boas características agronômicas, mas mesmo com esse avanço, as lavouras ainda não estão livres de propagação vegetativa e com isso os patógenos: vírus, bactérias, fungos, nematóides e pragas como ácaros e insetos são levados através dos bulbilhos para as novas culturas.

Leandro Marcuzzo explicou como ocorre a queima bacteriana do alho, dentre os aspectos epidemiológicos, a falta de estudos sobre o comportamento da doença nas condições de campo para o início de epidemia. O trabalho de pesquisa, segundo ele, relacionou as variáveis climáticas com a população bacteriana epifítica.

“A severidade da doença em folhas e a produtividade da área foliar, podendo também haver o comprometimento da qualidade dos bulbos para a comercialização” afirmou o professor.

As bactérias que causam doenças no alho são microrganismos unicelulares, aclorofilados, locomovem-se através de flagelos e podem atacar outras espécies de plantas e sobreviverem em restos de culturas mesmo na ausência do hospedeiro principal.

Para a sua multiplicação, o professor explicou que elas necessitam de umidade, temperatura amena a quente e de nutrientes. A sua multiplicação, difere da maioria dos fungos, pois cada bactéria é constituída por uma célula, que se divide em duas, essas duas em quatro e assim por diante.

Marcuzzo ainda esclareceu que as condições de temperatura, umidade e de nutrientes forem favoráveis à sua multiplicação, em pouco tempo, podem atingir altas concentrações de talos bacterianos.

Encerrando a live, o professor e pesquisador respondeu algumas perguntas enviadas pela audiência, entre elas o professor respondeu que o controle de doenças bacterianas da parte aérea das plantas nem sempre se conseguem resultados satisfatórios, devido, principalmente, pela aplicação de produtos, sem levar em consideração as suas características.

Trabalho de Pesquisa da ANAPA

Atualmente, a ANAPA desenvolve e apoia mais de 10 trabalhos de pesquisa voltados para a cultura do alho. A Associação tem um importante estudo, junto ao Ipacer, sobre bacteriose, além de uma pesquisa sobre controle de Alternaria-Stemphylium.

Veja todos os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela ANAPA e parceiros neste link:
https://sites.google.com/view/pesquisasanapa2021/in%C3%ADcio