A produção de alho no Brasil destaca-se não apenas pela qualidade do produto, mas também pelo rigoroso cumprimento dos padrões de produção estabelecidos por legislações nacionais. Os agricultores brasileiros têm adotado práticas que garantem a segurança alimentar, a saúde dos trabalhadores e a proteção ambiental, elementos essenciais para a manutenção da excelência na produção agrícola do país.

“O cumprimento dessas diretrizes reflete o compromisso dos produtores brasileiros com a qualidade e a segurança do alho produzido no país. Além de assegurar que os processos estão alinhados com os padrões nacionais e internacionais, essas práticas contribuem para o fortalecimento da imagem do Brasil como um produtor de alimentos de alta qualidade”, destaca Rafael Jorge Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).

Entre as normativas que regulam a produção de hortaliças, incluindo o alho, destaca-se a Instrução Normativa nº 02/2018, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estabelece um conjunto de práticas agrícolas para garantir a segurança do alimento desde o campo até a mesa do consumidor. Essas medidas incluem a escolha criteriosa de insumos, a aplicação correta de defensivos e a adoção de técnicas para reduzir o impacto ambiental.

Outro marco regulatório importante é a Portaria nº 326/1997, do Ministério da Saúde, que define os procedimentos e padrões de higiene para alimentos frescos, como o alho. Essa legislação estabelece os parâmetros necessários para assegurar que, desde a colheita até a comercialização, os produtos cheguem ao consumidor em perfeitas condições de higiene, livres de contaminantes que possam representar riscos à saúde.

Para Corsino, essas medidas beneficiam não apenas os consumidores, mas também posicionam o alho brasileiro como um produto competitivo no mercado global, que se mostra cada vez mais exigente em relação aos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agrícola.

Competitividade com o alho importado

A BBC News publicou recentemente uma reportagem sobre os riscos à saúde associados aos processos de produção do alho chinês. A matéria levanta sérias preocupações quanto ao uso inadequado de agrotóxicos e práticas insalubres na cadeia produtiva. O senador republicano Rick Scott, citado no texto, também aborda a questão do dumping, prática que ele acredita estar prejudicando produtores dos Estados Unidos e distorcendo o mercado internacional, ao possibilitar que produtos de qualidade duvidosa entrem no país a preços artificialmente baixos. Segundo o senador, essas práticas têm gerado intensos debates sobre a necessidade de maior rigor nas regulamentações de importação, para proteger tanto os consumidores quanto os agricultores locais.

No Brasil, o presidente da Anapa levou esses assuntos ao conhecimento do deputado Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Durante o encontro, Corsino destacou os desafios enfrentados pelos setores de alho e hortifruticultura, bem como as necessidades e demandas para o fortalecimento da cadeia produtiva.

“O cenário atual é desafiador, especialmente devido à competição desleal de países como a China, onde os custos são mais baixos e as questões ambientais e de mão de obra não seguem os mesmos padrões rigorosos exigidos pela legislação brasileira”, ponderou Rafael Corsino.

Certificação e rastreabilidade

Na busca por alimentos seguros e com origem conhecida, os produtores têm investido também na certificação e na rastreabilidade na produção de alho.

“Essas ferramentas não são apenas um diferencial competitivo, mas uma necessidade para acessar mercados cada vez mais exigentes”, afirma o presidente da Anapa.

Com a certificação, o produtor atesta que seu produto atende a padrões de qualidade e segurança alimentar estabelecidos por organismos independentes. A rastreabilidade, por sua vez, permite acompanhar a jornada do alho desde o campo até a mesa do consumidor. Com um sistema de rastreabilidade eficiente, é possível identificar a origem de cada lote e garantir a qualidade do produto.