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Espanha: Las Pedroñeras reduz em 20% a área plantada de alho

23 de outubro de 2018

Preços abaixo do custo, paralisação do mercado devido à superprodução da China e o aumento de gastos mantém o desestímulo dos produtores

A temporada inicial do plantio de alho no município de Las Pedroñeras, na Espanha, está na reta final e os produtores já estimam uma diminuição da área plantada. Os cálculos iniciais revelam uma redução de cerca de 20% em relação à safra anterior, embora ainda seja cedo para falar de números. O período de plantio já está 90% concluído, mas os percentuais podem variar. Especialmente pela grande incerteza de paralisação do mercado e do volume de estoque do produto que se acumula nas câmeras.

O que se percebe é que, com preços baixos, o pouco movimento do mercado e o aumento dos custos de produção, especialmente de arrendamento de terras (que podem atingir valores entre 2.000 e 2.500 euros por hectare), levaram muitos produtores a diminuir os custos de produção, reduzindo a área de plantio. O presidente da Associação Nacional de Alho da Espanha, Julio Bacete, confirma o desestímulo dos produtores nas últimas safras, em que o excesso de produção de China afundou os preços e colocou o produto espanhol abaixo dos custos de produção.

“Não há dinheiro e quando isso acontece o número de hectares é reduzido. Além disso, os preços para arrendamento de terra são uma verdadeira barbárie, o que desmotiva o agricultor”, disse Bacete.  No entanto, o presidente acredita que a produção de alho roxo pode reagir o mercado, sobretudo, nas regiões de La Mancha e Cuenca.

“A China leva o produto ao mercado com preços que é impossível competir”, explicou Julio Bacete. Segundo ele, o gigante asiático responde por 83% da produção mundial e, portanto, sua presença é decisiva nos preços. 

Além disso, a preocupação dos produtores de alho da Espanha se concentra, este ano, em mercados tradicionais como o Brasil e Marrocos, países que não produzem alho chinês, mas que também não estão fazendo importações do alho espanhol. De acordo com Bacete, o Brasil parou de fazer operações porque já espera alho fresco da Argentina, com quem é parceiro no Mercosul. No entanto, na visão do presidente, o mais inesperado é Marrocos, que é um grande consumidor de alho espanhol, mas este ano não movimentou o mercado. “Não sabemos se é devido a um aumento em nossa própria produção ou a competição com outros exportadores, a exemplo de países do norte da África”, concluiu.

Fonte: lasnoticiasdecuenca.es