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Anapa pede apoio à Embrapa

17 de outubro de 2013

Na última quarta feira (16/10), o presidente da Anapa, Rafael Jorge Corsino, esteve presente na Embrapa Hortaliças para comemoração do Dia Mundial da Alimentação. Ao final do evento, o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, recebeu o presidente da Anapa em uma reunião para discutir as demandas de pesquisa para a cadeia produtiva de alho. Também participaram da reunião Werley Nascimento e Ítalo Guedes, chefe de tecnologia e chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças, respectivamente.

Rafael Corsino explicou que a cadeia produtiva do alho não pode ser dependente de políticas públicas de proteção do governo, é necessário maior número de pesquisas para o setor tornar-se mais competitivo. No início desse mês, a tarifa antidumping foi renovada, com aumento de US$ 0,52/kg para US$ 0,78/kg. Essa tarifa estará em vigor para os próximos 5 anos. Mas Anapa preocupa-se com o cenário de longo prazo. A última renovação já foi muito difícil, com intensa participação do governo chinês, empresas exportadoras e tradings de grande poder financeiro e político. Com o reconhecimento da China como economia de mercado em 2016, todo o cenário de investigação para renovação da tarifa antidumping será alterado, fato que praticamente inviabiliza a continuidade da tarifa para alho importado da China.

Apesar do antidumping, vigente desde 1996, a cadeia produtiva nacional não é competitiva por apresentar alto custo de produção, principalmente em relação a sementes.  Para competir com a importação de alho chinesa, a cadeia nacional precisa estar bem amparada por pesquisas em alho. Rafael Corsino entregou um ofício com uma lista de demandas de pesquisa para o setor, com destaque para dois temas urgentes: alho livre de vírus e vernalização; ambos para alho nobre, iniciando nos cultivares San Valentim e Ito. O presidente da ANAPA não tem dúvidas de que com maiores pesquisas nessas áreas e disseminação dos resultados para os produtores, a produtividade nacional teria um salto de até 50%.

Rafael Corsino aproveitou a oportunidade para expor uma das estratégias da Anapa para fortalecer a cadeia produtiva brasileira. Anualmente o governo federal arrecada cerca de US$ 78 milhões com a tarifa antidumping. Esse valor vai integralmente pra a conta única do Tesouro Nacional e é investido em projetos diversos. A Anapa pretende buscar alternativas para que parte do valor arrecadado seja revertida para a própria cadeia, promovendo a sua competitividade por meio de incentivo a pesquisas no setor. A ideia da Anapa é que esse valor seja destinado diretamente à Embrapa, desta forma as pesquisas em alho seriam fomentadas e a cadeia seria fortalecida para competir com o alho importado.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, avaliou as demandas da Anapa, ressaltou a importância das mesmas e solicitou Werley Nascimento, chefe de tecnologia da Embrapa Hortaliças, a elaboração de um arranjo de pesquisa para atender às solicitações da Anapa. Ítalo Guedes, Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, informou que um virologista será contratado em breve pela Embrapa, assim será possível viabilizar as pesquisas pedidas pela Anapa.

Ao encerrar a reunião, Rafael Corsino reafirmou que o papel da Embrapa é fundamental para consolidar a permanência da cultura de alho e conta com o apoio dos presentes na reunião para o desenvolvimento de novas pesquisas para o setor.