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Alho não é tudo igual: conheça as diferenças entre o branco e o roxo

01 de julho de 2021

Usado não só para temperar o nosso velho conhecido arroz com feijão, o alho está presente em quase todas as receitas. E não é por menos, já que o alimento é rico em diversos nutrientes. Mas você sabia que aqui no Brasil existem dois tipos comercializados? Além das cores diferentes, as versões branca e roxa têm origens diferentes.

O alimento que contém a túnica, aquela membrana que envolve o dente do alho, branca ou levemente violeta, é importado da China. Por isso, inclusive, ele é popularmente conhecido como “white” ou “super white”. Agora, se a túnica for arroxeada, foi produzido aqui mesmo. Mas como nem tudo é definitivo, principalmente quando se trata da natureza, a coloração da membrana pode variar e o alho brasileiro também é encontrado com a túnica branca. A diferença —mínima — está nas pequenas faixas roxas ou rosas que surgem pela túnica do alimento nacional.

Então, como identificar o produto brasileiro do chinês? Pela qualidade do bulbo, a famosa cabeça de alho. “O sabor (do alimento oriental), normalmente, é mais leve e adocicado, e tem menos bulbilhos (dentes de alho). Já o bulbo brasileiro é mais grossinho, com um sabor mais forte e ácido”, esclarece Eva Andrade, nutricionista e mestranda da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

O peso do alimento também é outra característica bastante evidente. O alho chinês, ou branco, é mais leve, por conta da baixa qualidade do bulbo. Já o produzido no Brasil possui a cabeça mais pesada e grossa.

E os nutrientes?

Neste quesito, o nacional sai na frente. “O alho roxo possui maiores quantidades de compostos organossulfurados, que são responsáveis por diversas propriedades medicinais do alimento. Entre os vários benefícios podemos listar a melhora da imunidade, o seu efeito anti-inflamatório, antimicrobiano, cardioprotetor, antioxidante e até mesmo anticancerígeno”, aponta Carolina Pimentel, nutricionista, professora titular de nutrição e pesquisadora na Unip (Universidade Paulista).

A chamada alicina é um composto organossulfurado encontrado em maiores quantidades no alho roxo no comparativo com a versão branca. Ela é responsável por ajudar no controle do colesterol, auxilia no combate a infecções causadas por micro-organismos e por vírus, além de ser um potente antifúngico. “O alho roxo também possui excelentes antioxidantes, como a tiamina, riboflavina e vitamina C, que contribuem no combate à hipertensão,protegem contra o diabetes gestacional e impedem o crescimento e proliferação de bactérias”, aponta Alisson Melo, médico nutrólogo pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Segundo ele, teríamos que utilizar quatro ou cinco dentes do alho chinês para chegar à qualidade de apenas um do roxo nacional.

Para armazenar

O alho, e aí vale para ambos, pode ser conservado por até três meses em local fresco e sem umidade. Evite guardar o alimento em recipientes fechados, pois correm o risco de mofar. Mas quando descascado, melhor guardar na geladeira, embrulhado em plástico, ou imerso em óleo ou azeite. O alho também pode ser conservado no freezer, mas é importante que o mesmo, ao ser tirado do congelador, vá direto para a panela, aconselha Elian da Silva, nutricionista do Huac/UFCG (Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande).

Uma boa opção é fazer uma pasta de alho. Basta triturar o alimento no processador ou liquidificador. “Não precisa adicionar água ou óleo nesse processo, pois o próprio alho libera óleos essenciais e outros líquidos que ajudam na formatação dessa pasta. É importante ir triturando aos poucos para não causar problemas técnicos nos utensílios de cozinha. Essa pasta pode ser mantida em refrigeração por até sete dias e congelada por até 90 dias”, complementa Andrade.

Olericultura

Fontes: Alice Paiva, nutricionista clínica e funcional, de São Paulo; Angélica Grecco, coordenadora da nutrição do Hospital Santa Helena, em São Paulo e nutricionista do Instituto EndoVitta; Vanderli Marchiori, nutricionista, fundadora da APFIT (Associação Brasileira de Fitoterapia) e integrante da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição).

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/07/01/alho-nao-e-tudo-igual-conheca-as-diferencas-entre-o-branco-e-o-roxo