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Produtores do centro-oeste anteciparão a comercialização da safra de alho

25 de maio de 2017

Os produtores de alho de São Gotardo (MG) e Cristalina (DF) vão antecipar a comercialização do alho este ano. Em comparação ao ano passado, os agricultores começarão as vendas do produto 20 dias antes, mais precisamente no dia 15 de junho. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), Rafael Jorge Corsino, a nova safra vem com perspectivas muito boas de qualidade e produtividade.

“O centro-oeste deve aumentar para 7.500 hectares de área plantada. O clima tem ajudado bastante e a produção está muito boa”, avalia Corsino.

Segundo o levantamento da Associação, estima-se um aumento de área em torno de mil hectares. Serão ao todo 7.500 ha contra 6.500 ha do último ano. Espera-se uma produtividade de mais 11 milhões de caixas de alho. Esse volume daria para abastecer por quase cinco meses o Brasil, somente com a produção do centro-oeste. Acontece que o Brasil importa grande volume de alho chinês e espanhol e isso pode atrapalhar a venda do produto brasileiro.

O presidente da ANAPA tem alertado o Governo Federal para a grande quantidade de alho importado que chega ao país, subfaturado e sem pagar as taxas de importação, como a tarifa antidumping. “Já estive no Ministério da Indústria e Comércio e na Secex, informando as autoridades que se entrar muito alho chinês e espanhol, a cadeia do alho no Brasil pode entrar em colapso e até ser irreversível”, explicou Rafael Corsino.

Para Corsino, na atual conjuntura do país, não é inteligente provocar crise em um setor que está contribuindo positivamente com o PIB brasileiro. Na opinião do presidente nacional, o governo precisa adotar medidas cabíveis para conter a entrada indiscriminada de alho importado no país.

“O alho da China tem um custo de produção muito baixo, só esteve com preço alto nesses últimos dois anos, devido à quebra de produção do gigante asiático. Essa competição desleal acaba estrangulando o setor brasileiro. O governo tem de estar atento para não acontecer uma quebradeira generalizada com os produtores de alho”, frisou o presidente da ANAPA.