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Produtor que mais fiscalização sobre alho chinês

02 de junho de 2016

Motivada pela safra da China, o preço do alho deve cair. Produtores brasileiros querem mais fiscalização na importação do produto

O preço do alho deve cair a partir de julho. Exatamente quando os produtores brasileiros vão começar a colheita. Atualmente, a caixa de 10kg do produto, vale US$ 18 dólares, mas o valor deve sofrer baixa de 65%.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho, Rafael Jorge Corsino, o principal motivo é o bom desempenho da safra chinesa, que abastece 90% do mercado mundial. “Se eles abrirem o preço do alho abaixo de US$ 10, isso preocupa muito a produção nacional. O custo do alho chinês vai chegar muito barato no mercado nacional. Agora se ele abrirem em torno de US$10 ou acima, ainda nós conseguimos sobreviver competindo com a China”, declarou.

A safra brasileira está sendo plantada e nesta temporada deve atingir 10 mil hectares, incremento de 20% em relação ao ano anterior. No entanto, seu Darci, que é produtor há 36 anos, está reduzindo a área. Ele vai plantar apenas 53 hectares, 11% a menos do que na safra passada. Os altos custos e a competição com o produto chinês está entre os principais motivos.

“Hoje o custo mais alto na produção de alho é a parte de insumos, fertilizantes, fungicidas, inseticidas, a parte de mão de obra, que também tem um custo”, revelou seu Darci.

O Brasil produz 35% do alho que é consumido no mercado interno, mas tem capacidade de aumentar a oferta em até 70%. Para que isso aconteça, os produtores reivindicam melhor fiscalização nas operações de importação do produto. Os produtores consideram desleal a competição com o alho que vem da China.

“Muitas vezes os importadores arrumam subterfúgios e não pagam a tarifa (antidumping). Não pagando, o preço fica muito abaixo do nosso custo de produção. Por isso que nós dependemos não só das políticas públicas do Governo Federal, mas, também, da atuação da Receita Federal, não permitindo que eles internalizem o produto sem pagar essa tarifa antidumping”, explicou Rafael Corsino, presidente da Anapa.

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